Resumo
O objetivo deste trabalho é verificar, através de um mapeamento sobre o acesso universal nos museus federais vinculados ao Instituto Brasileiro de Museus, as adequações ou, simplesmente, a existência de meios que caracterizem a aplicação dos princípios do Desenho Universal nessas instituições. Em consequência, também é objetivo observar o trabalho interdisciplinar que nelas ocorre no que tange, sobretudo, à acessibilidade. Este grupo de museus é apresentado como corpo da empiria, haja vista a origem da administração, a quem compete propor e operacionalizar a política de museus no Brasil. Também, são museus que, pela condição do acervo e da sede, demandam mais do planejamento de acesso e acessibilidade. Por outro lado, pela importância do acervo e dos temas que os definem, são museus que primeiramente deveriam receber todos os públicos. Para este estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa e quantitativa, que objetivou levantar dados para compreender o Desenho Universal no contexto teórico, nos planos museológicos e/ou programas de acessibilidade, e prático, aplicado nos vinte e nove museus vinculados ao IBRAM. Assim, no primeiro momento, os museus foram categorizados por itens que apontaram para o nível de complexidade de implementação da acessibilidade em cada instituição. Num segundo momento, através de análise in loco, operada sobre uma amostragem por conveniência que é explicada no corpo do trabalho, foram selecionados oito museus nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, nos quais foi possível a efetiva verificação pretendida. Estes museus foram selecionados de acordo com a organização interna do IBRAM. Utilizam-se, como base deste estudo, os princípios do Desenho Universal, que asseveram o novo entendimento da acessibilidade que funda a tomada de decisão dos gestores em soluções que privilegiam o coletivo sobre o individual. No campo teórico, foram utilizados autores que corroboram com a perspectiva de que a universalidade do acesso encontra-se na esfera dos Direitos Humanos, através do direito ao exercício da cidadania cultural, orientando, assim, que os ambientes devem estar aptos a receber públicos diversos e que estes consigam fruir, participar, se expressar com autonomia, independente de suas características individuais. A conclusão aponta que, embora o IBRAM já tenha lançado algumas ações relacionadas à pauta da acessibilidade cultural, a prática não tem acompanhado a teoria. Constatou-se ainda que há uma disparidade entre os museus de grande, médio e pequeno porte, no que tange ao acesso universal.